‘Adolescentes preferem conteúdo sexual reduzido em filmes e programas de TV’: revisitando o debate em andamento

‘Adolescentes preferem conteúdo sexual reduzido em filmes e programas de TV’: revisitando o debate em andamento

Reconheço que nem todo mundo está inclinado a ver conteúdo sexual em filmes ou programas de TV, e respeito completamente as preferências individuais. No entanto, é frustrante ver um diálogo recorrente sobre esse tópico na mídia. Um estudo recente da Variety revela que os adolescentes estão expressando um desejo por menos conteúdo sexual no entretenimento. Honestamente, estou cansado dessa conversa.

Há uma noção predominante de que cenas de sexo são frequentemente gratuitas ou exploradoras. Embora cenas abaixo da média possam de fato ser caracterizadas dessa forma, muitas cenas de sexo bem elaboradas desempenham funções cruciais na narrativa. Elas revelam a dinâmica emocional entre personagens e destacam necessidades específicas em momentos críticos. Descartar categoricamente todas as cenas de sexo e defender uma representação reduzida ignora os desenvolvimentos significativos que podem ocorrer em tais contextos.

O relatório, intitulado “Teens & Screens”, entrevistou aproximadamente 1.500 participantes com idades entre 10 e 24 anos, descobrindo que eles preferem narrativas centradas em relacionamentos platônicos do que aquelas com conteúdo sexual. Embora defender mais histórias sobre amizade seja louvável, a rejeição total de cenas de sexo é exasperante. Além disso, por que estamos buscando opiniões de crianças de apenas dez anos?

Perturbadoramente, a demanda por menos conteúdo sexual aumentou, pois estudos anteriores revelaram uma porcentagem menor de públicos mais jovens desejando ver menos. Uma estatística particularmente preocupante desses dados mais recentes indica que 62,4% dos entrevistados acreditam que o conteúdo sexual é desnecessário para o avanço de um enredo. Essa perspectiva prejudica o papel significativo que cenas de sexo bem executadas podem desempenhar no desenvolvimento de personagens!

Cenas de sexo são impactantes quando executadas com cuidado

Um excelente exemplo da eficácia de uma cena de sexo em transmitir insights de personagens pode ser encontrado na série Narcos. Quando Javier Peña (interpretado por Pedro Pascal) descobre a morte de um informante que ele tentou proteger, ele busca consolo com uma trabalhadora do sexo. A maneira como ele interage com ela contrasta fortemente com seu comportamento anterior em relação a trabalhadoras do sexo, destacando sua turbulência emocional.

No filme Hit Man, encontramos uma “montagem sexual” acompanhada por uma narração de Gary (Glen Powell) que reflete sobre como estar em sua própria mente o impede de ser um amante verdadeiramente “bom”; por outro lado, sua persona alternativa, Ron, o liberta dos pensamentos e melhora sua performance.

Por meio da justaposição de Gary e Ron apresentados nessas cenas com Madison (Adria Arjona), os espectadores ganham uma compreensão mais profunda de ambos os personagens. Outro exemplo é o filme Fair Play, onde observamos como Luke (Alden Ehrenreich) evolui de ser percebido como um parceiro solidário com Emily (Phoebe Dynevor) para revelar um lado mais sinistro na conclusão da narrativa.

Minha afirmação é que, ao desconsiderar completamente cenas de sexo sem reconhecer seu valor potencial, o público perde arcos cruciais de personagens. Essas cenas, portanto, têm importância significativa dentro da narrativa. Podemos, por favor, pôr fim a esse debate em andamento?

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