
Assassin’s Creed Shadows proporciona uma experiência emocionante desde o início, mas é um momento tranquilo durante um passeio encharcado de chuva ao longo do litoral que realmente me cativou. Em meio ao clima tumultuado, descobri uma beleza serena que mostra o rico mundo de Assassin’s Creed Shadows.
Isso marca meu segundo encontro com Assassin’s Creed Shadows, tendo-o experimentado anteriormente no estúdio da Ubisoft no início deste ano. No entanto, meu otimismo daquelas sessões de pré-visualização mudou para ceticismo quando embarquei nesta análise. Procurei diligentemente por falhas, examinando os pontos fracos do jogo. Apesar de identificar algumas deficiências aqui e ali, minha impressão geral de Assassin’s Creed Shadows continua profundamente positiva, deixando-me ansioso por seu lançamento.
Estou ansioso para retornar às paisagens exuberantes do Japão Feudal, onde a brisa suave traz aromas familiares e a promessa de aventura nos aguarda.
Premissa: Manter o legado da franquia
Antes de mergulhar em Shadows e suas ofertas únicas, é essencial apreciar seu lugar dentro da franquia expansiva Assassin’s Creed, que ostenta um legado que abrange mais de 15 anos. A recepção de Shadows foi mista entre os fãs; sua narrativa segue o caminho RPG pioneiro de Origins, Odyssey e Valhalla, deixando alguns se sentindo distanciados enquanto se posiciona para um salto geracional à frente.
O Japão feudal, há muito procurado pela comunidade, já foi considerado implausível, assim como o Egito Antigo das Origens, mas, como a história frequentemente mostra, as possibilidades são abundantes.
Esta era, repleta de facções em guerra, honra e classes sociais estratificadas, encontra seu cenário narrativo entre a conclusão do Muromachi e o início dos períodos Azuchi–Momoyama. A figura histórica chave Oda Nobunaga, o primeiro Grande Unificador do Japão, é central para o desenrolar da história.
Várias interpretações do Japão Feudal permeiam o cenário da mídia, variando de programas premiados como Shogun ao aclamado pela crítica Ghost of Tsushima. Embora Shadows inevitavelmente convide comparações, acredito que ele cria seu próprio nicho distinto, confiando em preferências subjetivas em vez de competição direta. Isso nos leva a um elemento crítico: os protagonistas.
Protagonistas Duplos: A Complexidade das Sombras
Criado pela mesma equipe responsável por Odyssey e Syndicate, Shadows apresenta dois protagonistas — Yasuke e Naoe. Diferentemente de jogos anteriores, esses personagens são intrincadamente desenvolvidos, influenciando profundamente as escolhas do jogador e a dinâmica do jogo.
Inicialmente apresentado como um escravo forçado a ajudar padres portugueses a espalhar o cristianismo, Yasuke rapidamente se torna um formidável samurai sob o patrocínio de Nobunaga, auxiliando na busca pela unificação por meio do derramamento de sangue.
Em contraste, Naoe representa o custo humano das conquistas de Nobunaga. O peso emocional da morte de seu pai devido ao fracasso da missão de Yasuke a torna relacionável e complexa, destacando sua dor e determinação.
A justaposição entre o estoicismo de Yasuke e a vulnerabilidade emocional de Naoe permite experiências de jogo diferenciadas, atendendo a várias preferências dos jogadores. Os fãs de Assassin’s Creed continuam divididos; alguns apreciam a jogabilidade orientada para a furtividade de títulos anteriores, enquanto outros abraçaram os pesos pesados movidos a combate como Odyssey e Valhalla. Curiosamente, tanto Yasuke quanto Naoe são criados para atrair ambos os clãs, necessitando de uma compreensão mais profunda de suas histórias.
Enredo envolvente: um conflito de mudança
Shadows se desenrola durante um período histórico transformador, fornecendo terreno fértil para arcos de personagens intrincados e a luta perene entre a Irmandade dos Assassinos e a Ordem dos Templários.
Refletindo sobre Valhalla, achei que faltava um fio narrativo coeso, o que me deixou insatisfeito. Shadows, no entanto, se destaca nesse aspecto.
O Shibakufu, liderado pelo enigmático Onyo, se torna o antagonista principal, composto por doze figuras mascaradas que influenciam a dinâmica de poder da região. A trama começa quando Naoe, incapaz de proteger uma caixa misteriosa escondida pelos Assassinos, inadvertidamente causa a morte de seu pai.
Esse revés estimula Naoe a uma busca por vingança, criando alianças ao longo do caminho. O envolvimento de Yasuke adiciona camadas adicionais, à medida que seus motivos se revelam gradualmente, aumentando a tensão e o suspense. No entanto, notei que às vezes o papel de Yasuke parece secundário, apesar de ser um dos protagonistas.
Além da narrativa central, o enredo individual de cada protagonista enriquece o mundo do jogo, adicionando profundidade ao cenário imersivo do Japão Feudal, que sem dúvida se destaca como um dos aspectos mais atraentes deste título. No entanto, senti que a conclusão pareceu abrupta, com tópicos não resolvidos sugerindo expansões futuras que poderiam potencialmente frustrar os jogadores que buscam um encerramento.
O Mundo Aberto: Beleza e Perigo
O legado da Ubisoft em design de mundo aberto continua inigualável, e Shadows exemplifica essa tradição. O mapa, embora limitado à região de Kansai, no Japão — lar de Kyoto e Osaka — é o segundo maior da série, logo atrás da paisagem expansiva de Odyssey. Apesar do seu tamanho, o mundo continua meticulosamente detalhado.
Regiões Distintas
Shadows apresenta nove regiões diversas, cada uma marcada por sua história e cultura. Por exemplo, Sakai difere muito do cenário político opulento de Kyoto, exibindo a variedade dentro da paisagem do jogo.
As regiões interconectadas combinam florestas exuberantes, campos tranquilos e majestosas montanhas cobertas de neve, tudo realçado por um inovador sistema climático sazonal.
Shadows ostenta quatro estações — Verão, Outono, Inverno e Primavera — cada uma alterando não apenas o cenário, mas também os comportamentos dos NPCs. Esse dinamismo aprimora a jogabilidade estratégica, pois as mudanças ambientais podem afetar abordagens furtivas e táticas de combate.
Castelos como fortalezas
Além dos acampamentos de bandidos padrão, assumir o controle de castelos apresenta um desafio emocionante. Cada fortaleza apresenta uma presença inimiga significativa, incluindo o formidável Samurai Daimyo. Navegar com sucesso por esses ambientes rende recompensas ricas, como equipamentos lendários e pontos de maestria.
Infiltrar-se em castelos pode ser emocionante, seja por meio de furtividade ou combate total, permitindo que os jogadores interajam com o ambiente de diversas maneiras.
Gerencie seu esconderijo
Shadows revitaliza o conceito de esconderijo de entradas anteriores, permitindo que os jogadores construam sua base de uma forma mais interativa. Esse recurso permite maior agência na modelagem das experiências dos jogadores, desde atualizações de armas até o gerenciamento de batedores.
O jogo oferece dois modos — guiado e exploração — cada um alterando como os objetivos são apresentados e como os jogadores interagem com o mundo. Além disso, pequenos esconderijos conhecidos como Kakurega podem ser estabelecidos em cidades, aprofundando o senso de construção de comunidade que lembra os primeiros dias da Brotherhood.
Atividades e Templos Engajadores
Dentro do mundo imersivo, os jogadores podem descobrir vários templos e santuários, bem como participar de atividades como Kuji-Kiri e Horse Archery. Concluir essas tarefas contribui para a progressão do nível Knowledge, permitindo que os jogadores desbloqueiem habilidades de nível mais alto.
No geral, o mundo aberto de Shadows é uma tapeçaria vibrante, que combina cidades animadas e templos serenos em uma experiência de exploração cativante.
Visuais: Um avanço geracional
Embora os aspectos técnicos normalmente não dominem minhas análises, Shadows merece menção especial por seus visuais impressionantes. Superando até mesmo a notável fidelidade gráfica de títulos como Unity e Origins, Shadows estabelece um novo padrão.
O ray tracing melhora a precisão da iluminação e das sombras, essencial para a jogabilidade furtiva. Combinado com cutscenes capturadas por movimento e modelos de personagens finamente detalhados, Shadows se destaca como uma maravilha visual.
A implementação de um sistema de clima avançado cria interações realistas dentro do mundo do jogo. Embora comparações com a mecânica de vento de Ghost of Tsushima sejam inevitáveis, mantenho a crença de que Shadows oferece uma abordagem elevada.
Essa melhoria pode ser atribuída ao mecanismo Anvil atualizado da Ubisoft, uma evolução que espero que persista em títulos futuros, garantindo consistência na fidelidade visual.
Jogabilidade: Um equilíbrio harmonioso
Desde a introdução de Origins, a franquia Assassin’s Creed tem lutado para equilibrar stealth e combate. Shadows parece ter encontrado um equilíbrio, misturando mecânicas perfeitamente por meio de seus protagonistas, Naoe e Yasuke.
Enquanto Naoe incorpora o shinobi ágil com capacidades superiores de stealth, Yasuke se destaca como uma potência em combate, representando o arquétipo tradicional do Samurai. Essa distinção se traduz em estilos de jogo variados, atendendo às preferências do jogador.
Mecânica Stealth
Stealth continua vital para a franquia, e Shadows introduz mecânicas inovadoras, incluindo um recurso de propensão que melhora consideravelmente as estratégias de stealth. A dinâmica de luz e sombra se torna integral, pois Naoe pode manipular seus arredores para escapar da detecção.
No entanto, notei algumas deficiências com a IA inimiga, pois muitas vezes eles não têm a percepção apropriada, tornando a furtividade um elemento menos desafiador em comparação aos títulos anteriores. Além disso, a mecânica do parkour foi atualizada com a introdução de um gancho de agarrar, que lembra Syndicate, que adiciona fluidez à travessia de ambientes.
O arsenal de Naoe inclui várias ferramentas de stealth, incluindo shuriken e bombas de fumaça, enriquecendo significativamente a experiência de jogo. Considerando tudo, Shadows mostra uma evolução muito necessária na mecânica de stealth.
Experiência de combate
Enquanto Naoe consegue se manter firme, shadows estabelece Yasuke firmemente como o combatente principal. Sua variedade de armas inclui opções tradicionais de combate corpo a corpo, como Naginata e Kanabo, bem como escolhas de longo alcance, como Teppo e Bow.
O foco na qualidade em vez da quantidade se traduz em refinamento de combate, aprimorando a experiência geral. Shadows carrega habilidades ativas de títulos anteriores, chamando-as de “Posture Attacks”, que são integradas em uma árvore de habilidades dedicada para maestria de armas.
Embora os jogadores possam achar a seleção limitada no lançamento, as expansões provavelmente introduzirão novas armas para manter a jogabilidade envolvente.
Progressão: Um Retorno à Tradição
Seguindo a inconsistência na progressão dos títulos anteriores, Shadows restabelece um sistema tradicional baseado em níveis. Ele encoraja o crescimento equilibrado sem impor grinding punitivo para jogadores de nível mais baixo.
Estrutura da Missão
O formato de tabuleiro de missão retorna, permitindo que os jogadores visualizem as tarefas juntamente com as conexões dos personagens de forma eficaz. Essa abordagem simplifica a narrativa, mantendo o engajamento.
Sistema de Alvo Dinâmico
(Pequeno spoiler a seguir)
Embora o Shibakufu atue como o principal antagonista, diversas facções adicionam complexidade e diversidade à experiência de jogo, enriquecendo a dinâmica narrativa e as interações dos jogadores.
Sistema de Habilidades e Conhecimento
Diferentemente da extensa constelação de habilidades de Valhalla que parecia inconsequente, Shadows oferece uma abordagem bem pensada para habilidades, garantindo que cada uma contribua significativamente. Cada protagonista tem seis árvores de habilidades que encorajam estilos de jogo personalizados.
Um sistema exclusivo de níveis de conhecimento controla a aquisição de habilidades, motivando os jogadores a se envolverem em diversas atividades do jogo, mostrando o mundo complexo do jogo em vez de correr para percorrê-lo.
Personalização de equipamentos
Priorizando a qualidade, Shadows simplifica o gerenciamento de equipamentos para armaduras e capacetes, agilizando a experiência de personalização sem sobrecarregar os jogadores com peças de equipamento excessivas.
Essa abordagem parece equilibrada, oferecendo um nível suficiente de personalização ao mesmo tempo em que beneficia a jogabilidade em vez de prejudicá-la.
Conclusão: A posição de Assassin’s Creed Shadows
Ao começar a escrever esta análise, me vi em uma encruzilhada: devo comparar Shadows com jogos anteriores ou vê-lo como uma nova parcela, como a Ubisoft pretende? Em uma era marcada por expectativas não atendidas de muitos títulos, é crucial abordar Shadows sem preconceitos preconcebidos.
Deixando de lado meu apego pessoal à franquia, afirmo que Shadows surge como um embaixador moderno da icônica série Assassin’s Creed, encapsulando ação e aventura furtivas dentro do cenário hipnotizante do Japão Feudal.
A narrativa entrelaça as jornadas de dois protagonistas distintos sem parecer forçada, ambientada em um mundo aberto expansivo cheio de atividades envolventes que nunca sobrecarregam o jogador. O sistema de progressão oferece obstáculos que encorajam o domínio de habilidades enquanto evitam as armadilhas da jogabilidade pesada.
No final das contas, Assassin’s Creed Shadows pode significar o ápice da controversa era dos RPGs, unificando elementos de furtividade e ação enquanto revitaliza a franquia para uma nova geração de jogadores.
Assassin’s Creed Sombras

- Plataformas: PC, PlayStation 5, Xbox Series X|S
- Avaliado em: PC (Código fornecido pela Ubisoft)
- Desenvolvedor: Ubisoft Quebec
- Editora: Ubisoft
- Data de lançamento: 20 de março de 2025
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