
Tempos turbulentos para as comunidades judaicas: uma perspectiva documental
Os últimos 18 meses foram excepcionalmente desafiadores para as comunidades judaicas globalmente, particularmente após um pogrom que afetou o sul de Israel, o que desencadeou um aumento significativo em incidentes antissemitas. A notável documentarista Wendy Sachs assumiu a responsabilidade de documentar esses eventos e conectar os pontos.
Explorando as consequências: 8 de outubro
O último filme de Sachs, intitulado 8 de outubro, captura o ataque sem precedentes do Hamas que ocorreu em 7 de outubro de 2023. O documentário narra o subsequente conflito em Gaza e o aumento dos protestos globais anti-Israel, juntamente com a escalada de sentimentos antijudaicos e violência.
Estreando no último fim de semana, o filme apresenta uma gama diversificada de colaboradores, de Jonathan Greenblatt, da Liga Antidifamação, a atores-ativistas como Debra Messing e Noa Tishby. Ele apresenta uma narrativa convincente afirmando que a atual onda de antissemitismo apenas reflete preconceitos e estereótipos antigos, enquanto posiciona o antisionismo como uma negação da autodeterminação judaica.
Um foco na resiliência
Sachs, que anteriormente dirigiu o Surge —focado em campanhas feministas do Congresso—também destaca ativistas do campus que defendem ferozmente causas pró-judaicas. Entre eles estão jovens defensores como a estudante de pós-graduação de Barnard Noa Fay, Talia Khan do MIT e Tessa Veksler da UCSB, que enfrentam riscos significativos para promover interesses judaicos.
Rastreando as raízes do antissemitismo
Em sua análise, Sachs argumenta que o aumento de atos antissemitas não é mera coincidência. Ela traça as raízes desse sentimento de volta ao início dos anos 1990, quando o Hamas supostamente estava criando estratégias para mascarar a retórica jihadista sob o disfarce de justiça social — uma narrativa posteriormente incorporada por movimentos como Students for Justice in Palestine (SJP).De acordo com Sachs, o SJP não é uma iniciativa popular, mas sim um esforço coordenado para minar e deslegitimar Israel.
Os Desafios da Produção
Logo após os ataques de 7 de outubro, Sachs começou a elaborar o tratamento do filme, mas enfrentou ceticismo de potenciais financiadores que expressaram preocupações sobre sua viabilidade de mercado. Sem se deixar abater, ela aproveitou sua experiência como booker no Dateline para entrevistar cerca de 80 pessoas, capturando perspectivas que enriquecem o diálogo do filme.“Era importante documentar esse momento”, ela afirmou.
Com um orçamento de aproximadamente US$ 2 milhões, financiado inteiramente por doações e orquestrado por Teddy Schwarzman, da Black Bear Pictures, o filme acabou sendo distribuído pela Briarcliff Entertainment, de Tom Ortenberg, conhecida por correr riscos em projetos controversos.
Recepção e Impacto Inicial
Desde seu lançamento, 8 de outubro começou a fazer um progresso notável, arrecadando mais de US$ 300.000 em apenas alguns dias em cerca de 100 telas, sinalizando um interesse crescente, já que seus lucros de segunda-feira superaram os de sábado — uma tendência incomum que sugere um forte envolvimento do público.
O filme assertivamente se alinha com os sentimentos pró-Israel, coincidindo com o sucesso de No Other Land, um documentário vencedor do Oscar focado na situação de uma comunidade palestina na Cisjordânia, que recentemente ultrapassou a marca de US$ 1 milhão nas bilheterias. Ambos os filmes, embora distintos em perspectiva, refletem uma luta mais ampla pelo domínio narrativo em relação à autodeterminação judaica e palestina.
Relevância atual
À medida que o conflito em andamento em Gaza continua a dominar as manchetes, as respostas públicas permanecem fervorosas, com protestos surgindo, como aqueles em torno da recente cerimônia da Calçada da Fama de Gal Gadot em Hollywood. Esse clima levou o THR a envolver Sachs e Tishby em uma discussão sobre suas motivações e objetivos.
Insights dos cineastas
Wendy Sachs: “Fiquei devastada pelos eventos de 7 de outubro e observei as consequências imediatas, particularmente nos campi universitários, onde muitos reagiram em apoio ao Hamas, rotulando-os como combatentes da liberdade em vez de terroristas. Parecia um momento surreal em que tive que documentar a loucura coletiva.”
Noa Tishby: “Por anos, reconheci um preconceito subjacente especialmente prevalente contra Israel. O ambiente se transformou significativamente, e agora estamos testemunhando uma batalha ativa pela narrativa sobre Israel.”
Este documentário visa revelar o extenso contexto histórico que cerca essas tensões. Tanto Sachs quanto Tishby enfatizam a necessidade de retificar equívocos sobre Israel, promovendo um entendimento de que é uma nação de refugiados lutando por autodefesa e sustentabilidade.
Lidando com o preconceito
Como Sachs observa, “Há uma necessidade urgente de educar as gerações mais jovens sobre a história judaica e o antissemitismo moderno, especialmente após 7 de outubro.” Seu objetivo fervoroso é desafiar as percepções predominantes e incutir uma narrativa mais precisa sobre a identidade judaica e o significado de Israel.“A crítica ao governo é válida, mas denunciar o direito de Israel de existir cruza para o antissemitismo”, ela afirma.
Em um contexto cultural mais amplo, Tishby elucida que as atitudes atuais em relação a Israel ecoam tropos antissemitas históricos, ilustrando como Israel se tornou um bode expiatório contemporâneo para vários males sociais. Os cineastas pedem uma narrativa mais profunda que não apenas defenda Israel, mas destaque suas histórias fundamentais e as complexidades que cercam sua existência.
Conclusão
À medida que 8 de outubro continua a chamar a atenção, os cineastas esperam inspirar um diálogo que transcenda equívocos superficiais e explore os legados históricos mais profundos que afetam as comunidades judaicas hoje. Ao defender uma perspectiva informada, Sachs e Tishby visam combater a crescente onda de antissemitismo e reafirmar a importância da identidade judaica em meio aos desafios contemporâneos.
Deixe um comentário ▼